quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A 3ª década da vida.

   Quero falar sobre essa fase da vida muito interessante, muito ruim para alguns e reveladora para outros.

   Todo mundo já ouviu falar da famosa "crise dos 30" pelo qual as mulheres passam. Mas na verdade eu acho que essa "crise" acontece com os homens também... Na verdade hoje, após passar pelo primeiro período turbulento (18 aos 21) eu me pergunto se essa sensação de transição de décadas de vida não é algo meio condicionado na nossa sociedade.
   O que quero dizer é que (essa só quem já tá perto ou acima dos 30 vai entender) quando passamos pelos 20 anos, temos nas costas uma pressão que hoje considero absurda: definir o que vamos fazer por toda a vida! Sempre questiono isso nas discussões sobre universidade e vestibular, pois acredito que seja muito cedo para a grande maioria decidir algo tão importante para a vida. Fora a pressão em quem descobre que escolheu errado. Enfim, não quero escrever sobre aborrecentes, mas o ponto é que vejo alguma semelhança entre a pressão dos 20 e a dos 30. Claro que tem uma grande diferença: Aos 20 sofremos a pressão dos pais, professores, adultos em geral; já aos 30 nós sofremos a pressão vinda de nós mesmos, pois nessa idade (espero) a maioria das pessoas já são independentes financeiramente, ou seja, adultas. A cobrança interna passa a ser maior do que a externa. Não tem ninguém pra te dar broncas, pra "ter uma conversa séria sobre seu futuro". É você e você.
   Acho que é isso que chamam de "crise" para as mulheres. Imagino que para uma mulher constatar que não é mais uma adolescente possa ser meio traumático, pois a beleza feminina é associada a juventude. No caso dos homens o efeito pode ser até o contrário (como já li em alguns lugares) pois a beleza masculina não é necessariamente atribuída a idade. Algumas mulheres até preferem um cara mais "tiozão" do que um mais "moleke". Mesmo assim, o impacto dos 30 para os homens não deve (digo deve pois só conheço meu caso e os de alguns amigos) ser muito tranqüilo. Acho que conforme a idade vai passando a animação, a vontade de mudar o mundo vai diminuindo e a aceitação, conformismo vai aumentando. Acho uma tendência social até, que faz com que você reformule a maioria dos seus planos.
   Claro que não concordo com essa tendência, acho que não podemos deixar os percalços da vida nos fazerem esquecer de nossos sonhos de adolescência, desde que estes sejam realmente autênticos (nada do tipo: "encontrar alguém especial"... isso é o sonho da mocinha da novela, não das pessoas de verdade). Manter-se focado em algo na sua vida é muito difícil (novamente sem generalizar) e acho que deve-se sempre relembrar nossos verdadeiros objetivos, aqueles individuais que residem bem no fundo da nossa consciência, beirando a inconsciência. Acho também que deve ser uma condição um tanto moderna, até mesmo contemporânea, de um cara com 30 anos não ser ainda casado, com filhos, um emprego no escritório e um carro na garagem, o que pode ser um fator de pressão externo.
   Gostaria de ouvir mais opiniões a respeito antes de tirar conclusões, mas a dissertação me força a concluir algo, então aí vai: A fase dos 30 é um pouco tensa, mas é o ponto crucial para definição da vida de uma pessoa. Acho que depois disso já fica um pouco tarde (o que não significa que seja impossível) uma mudança muito grande de rumos na vida. Por isso é um momento em que refletimos mais antes de qualquer passo.

   Não tenho 30 ainda, mas como de costume fico filosofando sobre tudo antes, durante e depois...

Um comentário:

  1. Acho que devemos refletir antes de qualquer passo pois cada passo deixa uma marca, essa sim, irreversível, mas acho que caminhamos para um objetivo e esse não é imutável. Sempre temos oportunidade de revermos nosso caminho, independente de quantos passos ja demos, e o que faz a vida boa não é chegar ao destino, e sim saber usufruir do percurso. Então meu brother, relaxa, você é um menino ainda.

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